Trabalho Teoria E Pratica Desing Industrial 2h283a

João Vitor Ruela Carmanini Marcos Leonis Coutinho Rafael Mandoti da Silva Diego Oliveira Gonçalves Felipe Amato Lima

Teoría y práctica del diseño indutrial: BONSIEPE, G. elementos para una manualística crítica. Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 1978

Resumo do livro apresentado para avaliação do rendimento escolar na disciplina de Metodologia aplicada ao Design I, do curso de Design de Produto, da Universidade Estadual de Minas Gerais, sob orientação dos professores: Marcelo Pinto e Frederico Mendes.

Introdução O livro foi publicado pelo autor Gui Bonsiepe, em 1978. Em uma época de crise tendo como assunto principal a legitimação do design industrial.

1. Orientações interpretativas da atividade projetual: São apresentadas citações de diversas personalidades e instituições influentes na época, por exemplo: “El diseño industrial es una actividad proyectual que consiste en determinar las propiedades formales de los objetos producidos industrialmente.” p.21 ICSID (International Council of Societies of Industrial Design). E também: “Considero el diseño industrial como uma práctica turbia(...). Estoy seguro de que ningún productor de aviación permitiria que um diseñador industrial atravesase la entrada principal Del Departamento de proyectos mecânicos.” p. 23 Fuller, R. Buckminster, „The Comprenhensive Man‟. Neste capítulo também há referências sobre a imagem desta profissão no mercado e suas contribuições para a qualidade funcional e ambiental do produto, no intuito de atingir as expectativas de seu futuro usuário. As pretenções de um design industrial vão além da estética do produto. O designer industrial também se ocupa com os problemas de função, produção, inclusão no mercado, etc. Em um processo de criação ou desenvolvimento de um produto existe uma tendência de seu criador em separar a função de um produto de sua forma e estética, mas entende-se que nunca se separam completamente. Unindo-se estas características forma-se uma idéia de produto, que será transmitida segundo o contexto em que foi empregada. Torna-se, assim, de grande importância o conhecimento do designer em relação à sociedade para a qual quer produzir.

2.A Projetação entre a crise do ambiente e o ambiente da crise “Si todo esto suena como alarmístico, es porque debemos estar realmente alarmados.” p.47 Um assunto muito abordado há um longo tempo é com relação ao meio ambiente. O prejuízo que o homem tem proporcionado ao planeta vem de suas criações desordenadas tanto em sua produção como em seu descarte. Sendo assim, uma das funções sociais do designer é

de contornar o déficit ambiental através da criação de planos de ação contra as contaminações de terrenos, rios e da atmosfera, além de istrar os recursos naturais, implementando formas de reutilização para melhor aproveitamento destes. Antes de um produto ser enxertado no mercado é preciso conhecer e revisar também suas consequências em relação ao meio ambiente. É grande o número de produtos que têm sido inseridos no mercado ignorando qualquer meio de reaproveitamento de materiais ou ações em tentativa de minimizar seus aspectos negativos incididos no ambiente. O projeto de qualquer produto precisa ser pensado, fazendo uma revisão radical concernente aos planos de estudo técnico-científico e usando das ciências biológicas, sociais e da engenharia para uma orientação de suas atividades à solução de problemas ecológicos.

3.Política tecnológica, design industrial e modelos de desenvolvimento A relação política dos países é formada com base numa hierarquia, havendo uma centralização tecnológica e cultural nos países desenvolvidos sujeitando a estes os países subdesenvolvidos (citados no livro como metrópole e periferia, respectivamente). A aceitação dos produtos pela periferia, advindos da metrópole, não é completa, pois os objetivos pelos quais tais produtos foram criados estão incluídos no contexto da metrópole, podendo se apresentar até de forma contraditória à cultura da periferia. Vê-se nisso a necessidade da periferia de desenvolver produtos segundo sua própria realidade social, usando a ciência como sua força produtiva e a tecnologia para produção de suas próprias mercadorias. E se a emancipação produtiva é benéfica, então se deve deixar de lado o modelo produzido na metrópole para que o resultado do trabalho do design da periferia seja o mais próximo possível da total satisfação necessária ao indivíduo da mesma, e se possível para sua exportação. A instituição que deveria, teoricamente, gerar esse saber é a universidade. Um projeto de produto é dividido em três etapas: criação, aplicação e difusão. Porém as universidades não conseguem manter uma influência direta do saber nas forças produtivas. Necessário seria criar um centro de informação para transmitir o resultado de suas pesquisas em espécies de notas ou boletins para grupos de investigação e, assim, aplicarem tais informações nos produtos finais adequando-os ao contexto da periferia. Isso evitaria o dobro ou talvez o triplo do trabalho.

Para o início de um desenvolvimento da periferia deve-se evitar a compra de materiais produzidos no exterior. Os produtos industriais constituem parte da cultura de um país, uma identidade de uma comunidade. Se assim não acontece, acabam por terem a identidade da metrópole e por serem, de certa forma, colonizados. Temos como um exemplo na tentativa de independência tecnológica na época em que foi publicado o livro a política projetual do Chile. Essa política baseava: - No desenvolvimento de produtos de alto valor de uso e valor relativamente baixo de câmbio que satisfaçam a maioria; - Utilização racional das capacidades industriais locais; - Redução da variedade de produtos. Tal processo revolucionário possibilita o desenvolvimento de modelos projetuais que se contrastam aos modelos projetuais da metrópole, reafirmando a grande diferença existente quanto às necessidades do indivíduo na metrópole e deste na periferia.

4.Aspectos pedagógicos do design industrial No período, o design era considerado uma profissão técnica que tinha como objetivo a correção dos cursos excessivamente teóricos, trazendo-os à prática projetual. Sua orientação didática ainda não era consolidada, dependendo ainda da faculdade de arquitetura por possuírem disciplinas projetuais que se ocupam em dar forma ao ambiente material. A didática no curso de design se alterava de acordo com a situação local e não se enquadrava às tradicionais formas de ensino superior. Uma das soluções para desenvolver o curso de design era criar uma instituição às margens da estrutura de ensino superior. A Bauhaus foi a primeira escola de design do mundo e possuía um ensino com o principal objetivo de libertar a criatividade oculta através de instruções preparatórias. As ornamentações já não figuravam como uma matéria de ensino nos planos de estudo. O curso fundamental servia para contornar o analfabetismo visual desenvolvido na fase preuniversitária. Com diferença de outros planos de estudo, no design industrial predomina-se o ensino através da prática, segundo os problemas, podendo ser articulados da seguinte maneira: - Cursos de projeção com exercícios práticos aplicados e não aplicados.

- Exercícios de atividades projetuais. - Cursos à base de lições e seminários de atividades projetuais. - Cursos gerais sobre todo o campo das ciências sociais, a teoria dos sistemas, cibernética, tecnologia, e semiótica empírica dos objetos.

5.Metodologia da projetação En realidad, aquellos que estudian la metodologia de la proyectación incluso sin practicar la proyectación, son uma espécie de proyectistas frustrados, enervados, que han perdido o no han sentido jamás la exigencia de dar forma a las cosas. (p. 146)

É vasto o conteúdo de estudo para a criação de produtos, tornando vasto também os conhecimentos da metodologia projetual. Um problema é nada mais que um empecilho para o sucesso. A metodologia é o conjunto de ações com o objetivo de solucionar tais problemas de forma rápida e efetiva. Não tem em si própria o sucesso, possui caráter instrumental. No caso de problemas já experimentados se estabelece uma comparação entre vantagens e desvantagens das possíveis soluções, e para isso utiliza-se critérios como: - fisionomia do produto; - custos; - complexidade; - segurança. Problemas fracionados são de mais fácil resolução, por tal motivo, usa-se na metodologia o fracionamento destes que surgem durante o projeto de criação ou transformação de um produto. Para diminuir o trabalho, o tempo de produção e os custos, cria-se antes um protótipo, para que nele sejam trabalhados os prós e contras, especialmente quanto à sua estrutura física e a utilização de algumas funções de possível representação. Logo depois concluir-se-á o processo de criação.